A fim de possibilitar a implantação do real como novo padrão monetário brasileiro, estabelecido pela Medida Provisória nº 434/1994, o Banco Central (BC), em conjunto com a Casa da Moeda do Brasil (CMB), desenvolveu projetos gráficos para as cédulas do real nos valores de 1, 5, 10, 50 e 100 reais, e para as moedas metálicas nos valores de 1, 5, 10 e 50 centavos, além de 1 real.
Decidiu-se que as cédulas do novo padrão deveriam apresentar características gerais diferentes das que marcavam as notas de cruzeiros reais. O BC definiu que deveria ser viável a fabricação concomitante de cédulas de variados valores em ampla escala com padronização de um anverso, com a efígie da República, e cores diferenciadas por valor. No reverso, a escolha por animais presentes na fauna brasileira tinha o objetivo de promover a proteção da fauna e da flora brasileiras, além da preservação do meio ambiente.
A cédula de R$1 traria uma gravura da cena de um beija-flor alimentando filhotes em seu ninho. O animal é típico do continente americano e existem no Brasil mais de cem espécies. A cédula de R$5 seria representada por uma garça, enquanto a cédula de R$10 seria estampada com uma arara, típica do Brasil e de outros países latino-americanos. A onça-pintada, ameaçada de extinção, mas ainda encontrada na Amazônia e no Pantanal mato-grossense, foi o animal escolhido para ilustrar a cédula de R$50. Por fim, a cédula de R$100 teria a gravura de uma garoupa, um dos peixes marinhos mais conhecidos e valiosos dentre os encontrados nas costas brasileiras.
A efígie comum no anverso, no entanto, já era uma velha conhecida da população: é a mesma imagem que estampa o anverso da cédula de 200 cruzados novos e de 200 cruzeiros. O beija-flor, no reverso da cédula de R$1 também não era totalmente desconhecido: ele estampou o anverso da cédula de 100 mil cruzeiros. Saiba mais sobre cédulas emitidas pelo Banco Central.
Sucesso na distribuição
A implantação do novo padrão monetário exigiu a troca integral do meio circulante em 1994. Desde a decisão de criar novas cédulas, em 27 de fevereiro de 1994, por meio da Medida Provisória nº 434, o Voto 86/94 do Diretor de Administração do BC, em 02 de março de 1994 e a entrada em circulação da moeda em 1º de julho do mesmo ano em todo o território nacional, foi um trabalho impressionante, dado o curtíssimo tempo. O sucesso na implantação foi motivo de benchmark pelo Banco Central Europeu (BCE), que esteve no Departamento do Meio Circulante (Mecir) no BC para compartilhar informações previamente à implantação do euro na União Europeia.
Para a produção das cédulas e das moedas necessárias para o lançamento do real, além da Casa da Moeda, que produziu todas as cédulas de um e de cem reais, em março de 1994 foram contratados três fornecedores estrangeiros para a produção de 260 milhões de cédulas das denominações de R$5, R$10 e R$50.
Para viabilizar o abastecimento de todo o território nacional no momento da “virada”, diversas viagens foram necessárias para a distribuição do padrão real até 30/06/1994, conforme mostrado abaixo.
Novos valores de cédulas
Em 2001, o real passou a ter também cédulas de R$2 e de R$20, que entraram em circulação para facilitar o troco e simplificar transações. Ao incluir esses novos valores, estudos apontaram que haveria a redução de aproximadamente 32% da quantidade de cédulas necessárias às transações, gerando uma economia significativa no custo de manutenção do meio circulante. Isso seria consequência da migração parcial da utilização das cédulas de R$1 para as de R$2 e das de R$10 para as de R$20.
A criação das novas denominações teria impacto positivo no transporte de valores, inclusive aqueles efetuados pelas instituições financeiras, em razão do menor volume de cédulas necessárias para um mesmo valor.
A escolha dos animais a estamparem os reversos das cédulas foi feita pelo público, por meio de uma pesquisa. A tartaruga marinha, que figura no reverso da cédula de R$2 e o mico-leão-dourado, que ilustra o reverso da cédula de R$20, foram as primeiras colocadas na enquete. As outras opções eram o lobo guará, o tamanduá-bandeira e o jacaré-de-papo-amarelo, todos animais da fauna brasileira que correm risco de extinção.
Fonte Banco Central do Brasil
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